quinta-feira, 26 de julho de 2007

Partilha de saberes (cont.)


Dentro do tema "Jogos para Crescer", anexamos mais um folheto


Folheto 3 "Consegui"














































segunda-feira, 23 de julho de 2007

INTERVENÇÃO PRECOCE (IPFOREVERI): Igualdade de Oportunidades

INTERVENÇÃO PRECOCE : Igualdade de Oportunidades

No passado dia 16 de Julho de 2007, efectuou-se uma Audição Parlamentar "As crianças e a igualdade de oportunidades: riscos múltiplos, necessidades especiais", organizada pela Subcomissão para a Igualdade de Oportunidades.
Esta Audição Parlamentar decorreu ao longo do dia, na Assembleia da República, na Sala do Senado, onde "estrelas de primeira grandeza" do mundo da Intervenção Precoce, foram apresentando as suas comunicações, conforme Programa em anexo.
Esta foi a comunicação apresentada pela representante da Cercimor, do sector da Intervenção Precoce:
"A CERCIMOR, Cooperativa para a Educação e Reabilitação de Cidadãos Inadaptados de Montemor-o-Novo, surgiu em 1976, como tantas outras CERCI’s, por iniciativa de uma comissão de pais de crianças deficientes, de técnicos e de outras pessoas interessadas. Foi criada com o objectivo principal de dar respostas educativas a crianças e jovens deficientes e a outras situações de desadaptação social dos concelhos de Montemor-o-Novo, Vendas Novas, Arraiolos, Mora e Viana do Alentejo.

Ao longo dos anos, foram surgindo novos desafios e constituíram-se novas respostas:
- O Centro de Apoio Ocupacional,
- O Centro de Formação Profissional,
- O Projecto Sócio Educativo,
- O Centro de Emprego Protegido (CEP) "Artes e Ofícios
- Centro de Atendimento à Família e Apoio Parental (CAFAP)-

Finalmente, em 1993 é criado o serviço de Intervenção Precoce de Montemor-o-Novo, tendo como modelo o PIIP de Coimbra e a ajuda e amizade do Dr. Luís Borges.

Neste âmbito, foram criadas as parcerias com a Saúde, Segurança Social, Educação, e Câmara Municipal de Montemor-o-Novo, sendo a Cercimor a entidade promotora do serviço.
Desde logo foi afecta uma equipa multidisciplinar, que faziam os apoios, a crianças e suas famílias dos 0 aos 6 anos, nos seus contextos de vida.

Deixando de lado a “estimulação precoce” que se refere só ao trabalho com a criança, passou-se para um novo modelo, em que também engloba a estimulação da criança, mas no seio da sua família, usando os recursos da sua comunidade.

Este novo serviço ouve as necessidades das famílias;
Dá-lhes apoio emocional (ouve as suas alegrias as suas tristezas, acredita nos seus sucessos);
- Dá suporte às famílias (na marcação de consultas e, por vezes , no acompanhamento e nos transportes;
- presta apoio informativo, (sobre o desenvolvimento da criança e recursos da comunidade).

Todo este serviço é prestado gratuitamente, respeitando os interesses, rotinas diárias, prioridades e forças das crianças e famílias.
Dá-lhes poder nas suas decisões, sem aumentar o seu cansaço e stress em deslocações às terapias, e de acordo com o que o Professor McWilliam, tem escrito e dito nos nossos congressos: a criança aprende ao longo dos dias da semana e não em sessões específicas e limitadas. A visita é um serviço. A intervenção ocorre entre as visitas. É de máxima intervenção que a criança necessita.”

Outra questão também de grande importância é a idade em que começa a intervenção.
Quanto mais cedo for a sinalização e o apoio, maiores serão as probabilidades de sucesso na criança e mais fácil será a aceitação e o vínculo, no caso de deficiência, pela parte dos pais e da família alargada.

Em Montemor, no começo e durante alguns anos, a entidade que mais sinalizações fazia era a Educação, através dos jardins de infância, (por volta dos 4/5 anos).
Presentemente, graças ao grande empenho da Saúde e ao conhecimento do serviço na comunidade, as sinalizações são quase imediatas ao aparecimento da situação, em idades muito baixas e, em alguns casos, o acompanhamento já é feito ao casal, no período de gravidez.

O Despacho Conjunto nº 891/99, de 19 de Outubro, que define o enquadramento legal da IP,elaborado com grande sabedoria, só foi publicado depois de terem sido consultadas muitas entidades idóneas e com experiência na área da IP.

Em algumas regiões do País,o Despacho foi imediatamente implementado.

Em 2000, na Região do Alentejo, foram constituídos os vários patamares de coordenação, conforme estava previsto no Despacho: uma Equipa de Coordenação Regional, 3 Equipas de Coordenação Distritais e várias Equipas de Intervenção Directa,(EIDs) numa filosofia de articulação e rentabilização de serviços.

Nesta fase, o serviço de Intervenção Precoce de Montemor disponibilizou a sua experiência e conhecimentos, através de reuniões e formações teórico- práticas, com o apoio da saúde XXI, a todas as equipas do Alentejo para que, a implementação ocorresse da melhor forma possível, evitando cometerem-se alguns erros.
Analisando a avaliação efectuada às várias Formações, esta teve grande impacto na aceitação do modelo de IP, no Alentejo.

Todos os anos foram criadas novas respostas concelhias nos vários Distritos. A rede foi crescendo e melhorando as suas práticas!
De acordo com o relatório de actividades da ERA de 2006, praticamente todos os concelhos do Alentejo estão cobertos por Equipas multidisciplinares.
Tudo isto se deve à grande cooperação existente entre Famílias, Instituições, os três ministérios e as comunidades!
Muito dinheiro, tempo e energias têm sido investidos nesta área: formação, material didáctico, viaturas, reuniões com parceiros, com pais, investigações, informações às comunidades nacionais e internacionais.

Em Maio de 2006, em Montemor-o-Novo, um grupo de especialistas de várias universidades europeias, parceiros no Programa Grundtvig (Aprendizagens ao longo da vida – Programa Sócrates), através da Universidade do Minho, elogiaram a nossa legislação, querendo aprender connosco as boas práticas:
-”Como é que Portugal conseguiu fazer uma lei onde junta três ministérios (Saúde, Educação e Segurança Social), e Instituições, falando a mesma linguagem, usando estratégias comuns, discutindo sobre as problemáticas das crianças e suas famílias? – era a pergunta colocada pelos investigadores, e reveladora do interesse pela precursora experiência nacional.

A resposta a este pedido, foi uma nova candidatura a este Programa, com um Projecto na área da IP “Cooperando com os pais em IP”.

Quando tudo parecia caminhar para melhorar o já existente, sem se esperar pelo relatório de avaliação do Despacho, efectuado pelo Grupo Interdepartamental, surgem novidades terríveis, nomeadamente, da parte do Ministério da Educação. A perplexidade instalou-se!!
- as educadoras de infância com mais anos de serviço, mais formação e mais experiência na área da IP, candidatando-se ao Quadro de Educação Especial, seriam afastadas da IP;
- questiona-se a idade de abrangência da IP;
- fala-se na mudança dos critérios de elegibilidade;
- encara-se a deficiência numa perspectiva médica, (há muito posta de parte);
- a inquietação de que, outros técnicos (terapeutas, psicólogos ), não poderiam acompanhar as crianças, a partir dos 3 anos, em contexto de Jardim de Infância
Para nós, a Educação sempre foi e será um pilar essencial neste processo!!!
Ou será que se vão priorizar cuidados de saúde, higiene, segurança e deixar de lado a educação, quando todos estes sistemas já se articulavam, com alguma harmonia?

Na nossa prática, cada família é visitada semanal (uma a três vezes) ou quinzenalmente, de acordo com a problemática da criança e das suas necessidades, pelo seu responsável de caso (terapeuta, psicólogo, técnico de serviço social, educadora de infância).

Algumas destas famílias, com crianças até aos 6 anos, de baixos recursos económicos, que vivem em montes isolados geográfica e socialmente, sem acesso a transportes públicos e sem viatura própria (a algumas resta uma motorizada, como transporte familiar), têm unicamente como visitas, aquelas efectuadas por estes serviços acessíveis, flexíveis, responsáveis e que, percorrendo quilómetros, muitas vezes só o podendo fazer de jipe, lhes levam oportunidades de novas aprendizagens: brinquedos, panfletos, revistas, jornais e conversa; os elogios sobre os sucessos da sua criança, o programar novas metas e sempre a promessa de, na próxima visita, se fazerem outras “brincadeiras giras”!

João dos Santos referia, num trabalho que realizou numa Instituição destinada à reeducação de delinquentes, que alguns adolescentes com mais de 16 anos usavam brincadeiras solitárias com certos brinquedos, mais utilizados habitualmente por crianças pequenas (carrinhos). A observação deste comportamento levou-o a considerar que, existem certas etapas na vida destes jovens que foram “etapas queimadas”,e este tipo de brincadeiras surgiria pela necessidade de voltar atrás e experimentar alguma coisa que lhes tinha faltado no seu passado.
Se a legislação mudar…

Só para exemplificar o risco, que as crianças e famílias de Montemor e Vendas Novas correriam: das 135 crianças / famílias acompanhadas, só 10 crianças têm diagnósticos etiológicos e ficariam no Programa (autismo, Trissomia, sequelas de paralisia cerebral, alguns síndromes), se for mantido até aos 6 anos de idade! Todas as outras, 91 crianças com atrasos de desenvolvimento: com perturbações predominantemente nas áreas da linguagem/comunicação, comportamento/interacção e psicomotor; e 32 em risco de atraso no seu desenvolvimento, devido às interacções familiares perturbadas, pais com deficiência mental e famílias em isolamento geográfico e social, ficarão fora do Programa!

Por tudo o que foi dito, acreditamos que esta instabilidade será passageira e que, num País que tem demonstrado interesse e preocupação em seguir um modelo, defendido pelos mais ilustres investigadores nacionais e internacionais, com princípios ecológicos, sistémicos, inclusivos, comunitários e de rentabilização de serviços, não se deite por terra anos e anos de boas práticas.
As Equipas precisam de tranquilidade e estabilidade para poderem desempenhar com sucesso as suas funções.
As crianças e famílias com quem trabalhamos merecem o nosso respeito.
Por elas, não podemos correr riscos de experimentalismos gratuitos, nem de aventureirismos precipitados.

Termino, com uma frase de Frederico Mayor, que é também, e hoje, um grito de apelo à vossa consciência:

«O Mundo que deixamos às nossas crianças depende em grande parte das crianças que deixarmos ao nosso mundo».

Tenho dito, Obrigada."


domingo, 15 de julho de 2007

Igualdade de Oportunidades

Este pequeno vídeo, retirado da telenovela "Páginas da vida", de Manoel Carlos, mostra bem como a escola pode ser um local de discriminação!De salientar a maneira como aquela mãe defende os direitos da sua filha!

sexta-feira, 13 de julho de 2007

Intercâmbio de saberes

Um dos objectivos deste blog é a partilha de saberes, de forma a enriquecer as práticas levadas a cabo junto de famílias e crianças, no âmbito da Intervenção Precoce.

Desta vez, fizemos uma paragem no "Centro de Educação e Investigação para o Desenvolvimento da Primeira Infância"( Research and Training Center (RTC) on Early Childhood Development). Este Centro é financiado pelo Departamento de Educação dos E.U.A. , Gabinete de Programas de Educação Especial, Divisão Research-to-Practice.

O Centro (RTC) tem como principal objectivo implementar um programa coordenado e avançado de investigação aplicada, sobre os conhecimentos e práticas destinados a melhorar intervenções relacionadas com a saúde mental, com o desenvolvimento interpessoal, sócio-emocional, da pré- literacia, da comunicação e do comportamento de bebés , crianças pequenas e em idade pré-escolar com ou em risco de atraso de desenvolvimento.

Com esta postagem, esperamos contribuir para que pais e profissionais tenham acesso a um novo conjunto de intrumentos de trabalho, de modo a efectuar uma intervenção mais criativa, junto das crianças.

FOLHETOS CORNERPIECE

É mais um produto oferecido pelo Centro de Educação e Investigação para o Desenvolvimento da Primeira Infância. Os folhetos Cornerpiece oferecem uma descrição precisa de uma determinada prática baseada na evidência, a forma de a experimentar e mecanismos para descobrir se essa mesma prática está ou não a ter resultados.

Estes folhetos estão agrupados em temas, todos relacionados com o desenvolvimento e a criação de oportunidades de aprendizagem da e para a criança portadora de alguma deficiência ou atraso no desenvolvimento global, podendo o mesmo folheto estar incluído em mais do que um tema.

Os folhetos fazem parte de um grupo mais vasto, os "Solutions Tool Kits", em que são apresentados outros produtos e a fundamentação teórica e de investigação, todos relacionados com um tópico específico envolvendo as crianças.


Jogos para Crescer

Ensine o seu bebé com jogos de aprendizagem precoce

As crianças pequenas, que aprendem a fazer com que coisas interessantes e emocionantes aconteçam, iniciam então uma aventura de aprendizagem repleta de descobertas e divertimento. Estas ideias servem para apoiar o desenvolvimento de crianças pequenas através da magia associada a jogos de aprendizagem precoce.

Desta vez apresentaremos a tradução dos folheto1:

"Mais tempo para a Brincadeira"



















Questionário para o folheto 1


Está a resultar?

  1. -O bebé repete o comportamento, vezes sem conta?
  2. -O bebé reconhece que há uma ligação entre a sua acção e a resposta desejável que se segue?
  3. - O bebé exprime prazer ( sorri, palra, ri, bate palmas, etc. )aquando da resposta?


( Fonte: http://www.researchtopractice.info/index.php )












segunda-feira, 9 de julho de 2007

Pirâmide de Maslow

Pirâmide de Maslow

A hierarquia de necessidades, é uma divisão proposta por Abraham Maslow,daí o nome da pirâmide, em que as necessidades de nivel mais baixo devem ser satisfeitas, antes das necessidades de nivel mais alto.Cada pessoa tem de subir uma hierarquia de necessidades até atingir a sua realização pessoal.

Então, Maslow define um conjunto de cinco necessidades:


  • necessidades fisiológicas básicas (fome, frio, sede, sexo);

  • necessidades de segurança, que vão desde as mais simples necessidade de estar seguro dentro de uma casa, às mais estruturadas como ter um emprego, uma religião;

  • necessidade de afecto (amor, carinho, sentimentos de pertença);

  • necessidade de estima, que passa pelo reconhecimento das nossas capacidades pessoais e o reconhecimento dos outros face à nossa capacidade de adequação às funções que desempenhamos;

  • necessidade de auto-realização, em que o indivíduo se transforma naquilo que ele quer ser: "what human can be, they must be:they must be true to their own nature"

É neste último patamar da pirâmide que Maslow considera que a pessoa tem que ser coerente com aquilo que é na realidade "...temos de ser tudo o que somos capazes de ser, desenvolver os nossos potenciais".

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre







A propósito da teoria da hierarquia das necessidades de Maslow poderá ler, clicando no link, um artigo interessante sobre esta teoria e o fracasso escolar. O artigo fala da Educação no Brasil, mas ,na minha opinião, por cá a situação não muda muito! E quem trabalha em Intervenção Precoce conhece e luta diariamente com esta realidade...
http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl50.htm

sexta-feira, 6 de julho de 2007

População Atendida, contextos e idade das crianças




Gráfico1- Total de apoios
Foram apoiadas 133 crianças no mês de Junho. Entraram para o programaeste mês para o serviço, 4 novas crianças (137 crianças): 2 no concelho de Vendas Novas e 2 no concelho de Montemor-o-Novo. No mês de Junho, sairam 2 crianças do programa do concelho de Vendas Novas, ficando no total 135 crianças, nos dois concelhos.



Gráfico 2- Contextos de apoio

-Foram apoiadas 47 crianças só no domicílio;
-Foram apoiadas 3 crianças em domicílio e creche;
-Foram apoiadas 79 crianças em domicílio e j.infância;
-Foram acompanhadas no espaço lúdico 6 crianças;



Gráfico 3- Crianças por escalão etário
-41 crianças dos 0 aos 2 anos;
-82 crianças dos 3 aos 5 anos;
-12 crianças com mais de 6 anos;






quinta-feira, 5 de julho de 2007

Projecto da Agência Europeia:"Intervenção Precoce na Infância:análise de situações na Europa"

Neste link,podem ler-se vários artigos sobre a Intervenção Precoce na Europa. O mais importante de todo o Projecto foi a proposta de uma definição europeia para a IPI:
"IPI é um conjunto de recursos/serviços para crianças em idades precoces e suas famílias, que são disponibilizados quando solicitados pela família, num certo período da vida da criança, incluindo qualquer acção realizada quando a criança necessita de apoio especializado para: assegurar e incrementar o seu desenvolvimento pessoal; fortalecer as competências da própria família; e promover a inclusão social da família e da criança.
Estas acções devem ser realizadas no contexto natural das crianças,preferencialmente a nivel local, com uma abordagem em equipa multidimensional orientada para a família."

Na definição, nota-se a preocupação de intervir o mais cedo possivel , no seio da família, temporariamente ou não, de acordo com a problemática da criança (um atraso no desenvolvimento, aos 9 meses pode ser ultrapassado, se se intervir a tempo), e nos contextos naturais de vida da criança.
.european-agency.org/site/info/publications/euronews/archive/docs/docs05/euronews15_pt.pdf